Quando você nasceu na Terra, parecia um pássaro semimorto que a tempestade arremessara numa praia esquecida.
Então, apareceu uma imensa ternura num coração de mulher.
Pelas mãos maternas você foi lavado e alimentado milhares de vezes.
Simplesmente por amor.
Você cresceu forte.
Quando o véu da ingenuidade infantil envolvia sua cabecinha, os professores se deram conta da sua inteligência. E a alimentaram com as primeiras letras e com toda a riqueza que a escola proporciona.
Você se tornou jovem.
E no vigor da sua juventude, a despreocupação era a tônica dos seus dias.
Foi então que amigos notaram o seu caráter de nobreza nos gestos e direcionaram a sua jornada para as bênçãos do trabalho.
Você se enriqueceu de experiência.
Na madureza, a enfermidade veio lhe fazer uma demorada visita.
Quando todos já imaginavam que você partiria para a grande viagem, médicos diligentes estenderam o remédio eficaz e a força sublime que havia dentro de você venceu a doença.
Recuperado, você retornou às lides.
Então houve horas de incompreensão, pressões profissionais, situações de desconforto, criadas pela inveja e pela calúnia.
Nessas horas, em meio às lágrimas doridas, você pôde ouvir canções de conforto, conclamando-o à esperança e à alegria.
Passou o tempo. Dobraram-se os anos.
Por onde quer que você siga, percebe a luz invisível que clareia os seus pensamentos.
Se você sofre, é o apoio que chega.
Se você erra, é a voz que corrige. Se você teme ou vacila ante inusitada situação, é o braço que sustenta.
Se você se encontra mergulhado em solidão, é a companhia que consola.
Em todos os momentos da sua vida, dos primeiros vagidos aos da atualidade, em qualquer circunstância, você depende desse alguém.
Falamos de Deus, nosso Pai, a quem devemos aprender a amar e respeitar, pois nos encontramos Nele como o fruto na árvore.
Ele nos sustenta e Sua seiva nos dessedenta.
E mesmo que tudo pareça contra nós, abandonados ou incompreendidos pelos afetos, sofrendo os golpes da adversidade mais rude, nunca estaremos distantes da presença de Deus.
* * *
Deus nos proporciona momentos diversos para enriquecermos nosso Espírito.
Assim, a presença da enfermidade é momento para meditação sobre a fragilidade orgânica.
A manifestação da saúde é momento de agir no bem, valorizando-a.
O ensejo da oração é momento de iluminação interior.
A hora da provação é momento de resgate libertador.
Pensemos nisso e aproveitemos todos os momentos como dádivas de Deus.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 44 do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb e no prefácio do livro Momentos enriquecedores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 02.05.2008.
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