sábado, 19 de novembro de 2011
O PERDÃO
Eu resisto a todo custo pedir perdão. Muitas vezes me sinto ofendido com as mazelas desarmônicas e estonteantes que meus irmãos e amigos encontram-se desferindo a todos os lados rajadas de ofensas. Não consigo ter caridade no meu coração de ver que o Espírito humano naquele instante encontra-se em completo momento de identificação e burburinho de seus momentos íntimos. Não consigo parar para pensar que eu também sou um simples filho de Deus com menos oportunidade que aquele irmão que está com o tridente da prova, dor e desespero revirando suas sombras a fim de colocar em ordem a sua alma. Por que sempre acho que a dor é autônoma o suficiente para ensinar a prazos relativamente curtos e abrir os olhos e a mente de todos que sofrem? Por quê? Por que, meu Deus? Qual é a origem da distância percorrida entre o pecado e o perdão de forma que o erro não possa ser reparado? Não perdôo meus irmãos por não acreditar na reparação de seus erros.
Não perdôo meus irmãos por sentirem medo de viver. Mas me pergunte por que eu digo que alguns de nossos entes têm medo de viver! O medo de viver é o medo mais fúnebre que existe. É enegrecimento da alma e do ar que respira... Medo doente, insolente, intransigente que os separam de mim. Medo que me anseia vômitos de me imaginar com tal medo. É a mais dolorida e angustiante dor: a dor do medo e da falta de coragem de viver. Coloco de lado meu interesse pela vida posterior dos meus irmãos e, com lascas de mármore arrancadas do meu fétido ser imperfeito, eu desfiro as mais contundentes e violentas agressões, injúrias e julgamentos. Por que não consigo perdoar e fazer as coisas do jeito mais fácil? Por que não tomo de volta o caminho interior e vertical da casa do Pai? Assim faço um inferno no meu sono e ao encontrar-me nos meus pesadelos continuo vendo que sou tudo aquilo que desgosto e julgo nos meus irmãos. Porém nos meus sonhos a verdade é desnuda a mim e aos que sou malfeitor... Acordo plenamente cansado e pedindo socorro aos anjos que escorracei da minha guarda. Perdoe-me meu Pai. Perdoe-me meus irmãos. Sei que pequei. Pequei contra a verdade em mim. Pequei contra todos e não aceitei meus irmãos como eles são. Prometo reparar estas feridas que abri e outras que fiz questão de aumentar de dilacerar. Repararei quanto eu puder nesta vida... Serei o imperfeito, o doente, o pecador, o indigno tão esforçado quanto eu puder. E acreditando na sublime bondade do Pai, eu me perdôo. Que assim seja.
Nathan – Goiânia, 18 de novembro de 2011.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário